sábado, 31 de julho de 2010

Morar num abraço



Perder-me num abraço, no abraço, num abraço feito de muitos, ocupar o lugar cativo que parece sempre me ter pertencido, perder-me ali, sentir tanto em tão pouco, deixar-me envolver sem medos, deixar que me toquem sem medos, descobrir o corpo do outro e encontrar o meu, no lugar nele, encaixar-me, desenhar um abraço à medida, desenhá-lo maior, descobri-lo, fazê-lo maior. Sentir o seu corpo, tocar a sua alma ao de leve, e no bater do seu coração, reconhecer ondas a embaterem em rochas, rochas como um dia foi o meu, coração, e esculpirem-no, o meu, tatuá-lo não de forma abrasiva, mas tornando-o mais forte, fazendo-o bater mais. Ser mar a dois. E não mar revolto. Gostar de me perder naquele abraço, no abraço...morar nele, tocar a sua face e reconhecer-lhe os traços, beijá-la, num bem querer tão grande que pensava já não conseguir voltar a sentir... olhá-lo nos olhos e sorrir...adormecer protegida de mim, por ele...confiando em nós...

Sem comentários:

Enviar um comentário

gente doida