sábado, 31 de julho de 2010

Morar num abraço



Perder-me num abraço, no abraço, num abraço feito de muitos, ocupar o lugar cativo que parece sempre me ter pertencido, perder-me ali, sentir tanto em tão pouco, deixar-me envolver sem medos, deixar que me toquem sem medos, descobrir o corpo do outro e encontrar o meu, no lugar nele, encaixar-me, desenhar um abraço à medida, desenhá-lo maior, descobri-lo, fazê-lo maior. Sentir o seu corpo, tocar a sua alma ao de leve, e no bater do seu coração, reconhecer ondas a embaterem em rochas, rochas como um dia foi o meu, coração, e esculpirem-no, o meu, tatuá-lo não de forma abrasiva, mas tornando-o mais forte, fazendo-o bater mais. Ser mar a dois. E não mar revolto. Gostar de me perder naquele abraço, no abraço...morar nele, tocar a sua face e reconhecer-lhe os traços, beijá-la, num bem querer tão grande que pensava já não conseguir voltar a sentir... olhá-lo nos olhos e sorrir...adormecer protegida de mim, por ele...confiando em nós...

Pensamento do dia...

Sou, sem qualquer dúvida, o meu pior obstáculo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O verdadeiro síndrome do macho: arrumador de carros! (por esta na esperavam!)



Eu tenho umas teorias mirabolantes de quando em quando. Uma delas é que todo o homem nasce incorporado no seu código genético um Zé Boinas. Que é como quem diz, com queda para arrumador.

Faça chuva ou faça sol, nunca nenhum homem resistiu ao encanto de rodar a mãozinha máscula no ar em jeito de "destróoooceeeee filhaaaaa", sorrindo alegremente enquanto verbaliza um genuíno "Bira tudo agora. Biiiira tudo".

Se há quem pense que ser Arrumador, vá, agora, Gestor de Espaços Urbanos, é uma profissão menor, desengane-se: todo o macho secretamente deseja poder confinar aquele Opel Corsa de 2006 todo quitado num espacinho 1.75x2m. Arrecadar umas moedas por sinalizar "Tá livre, ó chefe!" o lugar que já tínhamos visto desde o fundo da rua. 

E o Gestor de Espaços Urbanos acompanha tendências, atenção: é vê-los na missão da ajuda ao próximo em estacionamentos com parquímetro. Dá para a CMAH e dá para mim. Ninguém se fica a rir.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Eu, Maria sopeira me confesso...


Eu sou uma gaja forreta poupadinha! Uma gaja que pa comprar um carro, faz contas ao pormenor e sabe precisamente quanto é que o seu carro vai gastar em 10 anos (é o tempo que ele tem de durar no mínimo!), é porque é uma gaja que se preocupa com os gastos e a respectiva manutenção do bolóide!
Aqui a Maria sopeira, preocupa-se com essas coisas! 
E quando alguém me fala em comprar um barco, a minha primeira reacção é: Epá! e a manutenção dessa merda? hum? [isto é como quem diz; mas tu tas parvo ou que? nao tens mais que fazer ao dinheiro]
E quando esse mesmo alguém me fala em plantar uma piscina no quintal, lá se me vem a Maria sopeira que urge em refilar: Porra! mas tu sabes o que é que custa manter uma merda dessas? caro não é o fazer! caro é manter!

Hoje a reflectir [ya! as vezes faço-me maluca e ponho-me a pensar!] sobre a "critica" da minha psicóloga de serviço permanente, que me disse: "tu pensas logo na manutenção! fazes logo contas a longo prazo!"
É verdade sim senhora! Penso logo no longo prazo e na respectiva manutenção!

E numa relação como é???
É que isto dos I love's you's é tudo muito bonito! Mas... e a manutenção a longo prazo? 

Olho para os meus pais e tudo me parece tão fácil! Estão casados a 38 anos e ainda dormem abraçadinhos! Mesmo nos dias quentes de verão que mais apetece a dizer: ai homem! tu chega-te pra lá!... mesmo nesses dias, os meus pais dormem abraçadinhos!
Orgulho-me tanto disso! E desejo com todas as minhas forças ter uma relação tão cúmplice como a deles!
Chamem-me o que quiserem, mas acredito piamente que quando encontramos o nosso cúmplice, podemos realizar o crime perfeito... podemos morrer de amor um pelo outro! 

E a manutenção de uma relação assim flui naturalmente!
Não obriga, não consome, não cansa!

[e só cá de mim pra mim... tenho manutenção e rodagem que chegue pra pelo menos 50 anos!]


Nota:
Se eu continuar desta maneira... se eu continuar com estes nhó nhó nhós todos, mais me vale por um fundo cor de rosa nesta merda e começar a falar de roupas e do Cristiano Ronaldo!]

Gosto do "conceito de vida" do Woody

"Na minha próxima vida, quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois "Voilá!" - desapareço num orgasmo ... "




Woody Allen - Conceito de vida


Li isto:


"Não creio existirem muitas coisas que nos encham mais o peito que o olhar sorridente de uma mulher que conseguimos, em algum momento, e porque assim queremos, fazer verdadeiramente feliz. Os outros sorrisos femininos, e correspondentes olhares, têm também a sua beleza e singularidade, é certo. Por exemplo o riso das mulheres que se divertem com as nossas palermices. Ou o sorriso daquelas que nos dedicam amizade sincera. Ou ainda o olhar feliz que apenas a mulher que nos pôs no mundo nos pode oferecer. Mas aquele outro olhar, emoldurado de uma expressão de genuína felicidade nunca antes vivida, pela qual nos sentimos parcial ou, meio convencidos, totalmente responsáveis, é único e inesquecível. É diferente de todos os outros. É o olhar de quem parece ter descoberto um mundo novo, não o de Huxley mas sim o nosso, que já é o dela. De quem encontra, a partir desse momento uma nova forma de ver, um sentido, mesmo que não único, no entanto fundamental ao futuro. É um olhar que nos mira parecendo dizer, no silêncio de um sorriso que apetece guardar, mil e uma coisas, histórias e sonhos, que apanhamos a custo, ou se calhar nunca apanhamos no seu todo.

Obter um olhar que sorri requer coragem de viver, entrega e sorte. Mas quando ele nos é oferecido, com verdade e sem receio, entregamo-nos até ao fim do caminho, leve onde levar, termine onde tiver de terminar, olhando-a da mesma forma, e recordando mais tarde que naquele dia ambos se olharam, sorriram e viram algo inteiramente novo."


...e disse: Elááá foudasse![o meu lado saloia vem sempre ao de cima!] Q'isto tá muito bonito!
É sempre bom saber que no meio de tantos gajos que na valem um corno, sempre se salva um ou outro! [agora é o meu lado de Madre Teresa vir ao de cima com toda a sua fé na humanidade!]  

sábado, 17 de julho de 2010


Das coisas mais lindas que já ouvi na minha vida:

"Mostrei-te a lua, agora quero mostrar-te a terra!"


Aiiiiiiii! :)



Mais lindo que isso só mesmo a minha cria pra mim:

"Oh mãããe! És tão linda! Tens o cabelo tão lindo!!!
É parecido com o cão do vizinho!"


... o cão do vizinho é um canixe!!! -.-

Coisas de gaja que eu gosto #3

elááá! será que tem disto na Hospimedica?!


Era uma pa mim faxavori!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Miss Maxmen 2010


Oh minha murcona! Raiospartamocaralho!


Esta obra bizarra, de um autor anónimo do século XXI, envolta em grande mistério, deixa o observador perturbado. A tensão advém sobretudo da expressão da figura humana (central na obra) e do ambiente ao seu redor. Esta fotografia são muitos pontos de interrogação: as cortinas estão a ceder ao peso da mulher que as puxa? Mas antes - essa mulher puxa as cortinas ou apoia-se nelas? E o que escondem as cortinas? Porque é que o autor opta por revelar alguns objectos avulsos - um penico, uma pia, uma toalha? À frente da cortina, que significam aqueles materiais? Como se classifica esta divisão? Divisão suja e caótica onde estão dispostos prováveis sacos cheios de lixo - o que simboliza esta desordem e falta de limpeza? O que é que esta composição plástica pretende revelar? E (não menos sinistro) que detalhe branco se afigura no chão, ao centro da mise en scène?

Hoje deu-me pra isto! Ánááá Mária!



Uma música sobre o Ámor...

Sempre pensei
Comigo eras feliz
Que havia sinceridade
Quando te rias pra mim
Que te agradava o Ámor
Que eu sentia por ti
E que o teu mundo era eu
Porque o meu mundo eras tu
Como é que eu ia pensar
Que te irias entregar
A esse estúpido que sempre me jurava sua amizade

Malditá tu
Áná Mária
Tu, só tu
Áná Mária
Sim!
Áná Mária
Tu simplesmente desprezaste tanto Ámor que eu te dei
Malditá tu
Áná Mária
Tu, só tu
Áná Mária
Sim!
Áná Mária
E bem te rias e fingias e dizias ser feliz comigo

Que parvo fui
Num entendo como não vi
Que me pudesses gozar
Pelo meu modo de amar
E os teus beijos de mel
Estavam cheios de fel
Que me pudesses mentir
Dessa maneira cruel

E jogar fora o Ámor
Como se joga um pápél
E que eu estou numa de palhaço sem saber que anda a fazer

Malditá tu
Áná Mária
Tu, só tu
Áná Mária
Sim!
Áná Mária
Tu simplesmente desprezaste tanto Ámor que eu te dei
Malditá tu
Áná Mária
Tu, só tu
Áná Mária
Sim!
Áná Mária
E sempre rias e fingias e dizias ser feliz comigo

MUSICAL!

Quero chorar
E nem me quero lembrar
Se diziam mal de ti
Era cápaz de matar
Minha mulhêire era fiel
Meu grande amigo era iele
Pois não há cego pior
Que aquele que não quére ver

Eu estava louco por ti
Quando fugiste de mim
E ainda sinto nas entranhas esse choque que sofri

Malditá tu
Áná Mária
Tu, só tu
Áná Mária
Sim!
Áná Mária
Tu simplesmente desprezaste tanto Ámor que eu te dei
Malditá tu
Áná Mária
Tu, só tu
Áná Mária
Sim!
Áná Mária
E bem te rias e fingias e dizias ser feliz comigo

Quero chorar
E não me quero lembrar
Se diziam mal de ti
Era cápaz de matar
Eu estava louco por ti
Quando fugiste de mim
E ainda sinto nas entranhas esse choque que sofri

Malditá tu
Áná Mária
Tu, só tu
Áná Mária
Sim!
Áná Mária
Tu simplesmente desprezaste tanto Ámor que eu te dei
Malditá tu...

a minha alma tá parva!



Os La Harissa tocam um reggaeton manhoso, com influências minhotas, pimbas, populares e especialmente de gajos com bigode americanó-matarruano. 

O estranho é que a música tem qualquer coisa que me faz abanar o pé...
Quié que querem!? Maria sopeira que se preze gosta d'um pimba comé dáde!


[opá! agora a serio! tou cada vez pior! preciso de tratamento serio!]

quarta-feira, 14 de julho de 2010

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."






miguel sousa tavares


Miguel! Pá! Acho que tu e eu... fazemos Click! ;)
Capixe?!

[só a C. é que vai se finar a rir a ler o click!]


eu... tu... o ventilador... let's make it happen

Estou cá com uns olhos de lontra muito húmidos de fazer impressão a qualquer tratador do zoomarine e hoje já dei por mim a mostrar os dentes e a descair a língua involuntariamente umas três vezes, à conta das sucessões de memórias ridículas. Estou porreiramente leda e até estou a considerar trabalhar um bocadinho menos só para me dedicar a isto como deve ser. Fora de brincadeiras: estava capaz de passar um dia inteirinho na cama, que deus me perdoe.

terça-feira, 13 de julho de 2010



Eu resisti, ou melhor tentei resistir e falhei. Tentei resistir ao charme, à voz doce e às mãos que encontravam sempre o caminho de volta às minhas. Não dei importância aos elogios, às palavras meigas que me levavam a crer que se calhar ele via mais para além da manhã seguinte. Resisti, até deixar de resistir. Devia ter resistido mais a algo que parecia simples demais, fácil demais, natural.

Dou por mim hoje e não me lembro da última vez que lhe contei os defeitos e enumerei as razões que me deviam fazer fugir dele a sete pés. Não me habituei aos ti voglio bene, não me habituei ao sorriso dele nem aos beijos doces e sempre que ele me toca eu sinto os joelhos a fraquejar. Não me habituo. Mas também não lhes resisto. Cada dia que passou eu gostei dele um bocadinho mais e é engraçado pensar que posso vir a gostar mais ainda. Muita gente conhece alguém e morre logo de amor, é tiro e queda, pelos vistos a minha morte é prolongada, dure o que durar...

Mas ele parte-me o coração. Ter alguém é bom, mas há dias que é mau. É mau quando ele está triste porque eu fico o dobro do triste. Porque sofro mais que ele porque ele sofre. Porque o que eu queria era um Ferrari de emoções boas para que ele passasse de triste a feliz em dois segundos.


Bahhhhhhh! Isto de gostar e do amor e dos carinhos é uma merda! É o que é!
Não tenho jeito pra isto!

domingo, 11 de julho de 2010


"Piglet: Winnie, how do you spell love?

Winnie: You don’t spell love, Piglet. You feel it."

Winnie the Pooh

sábado, 10 de julho de 2010

Isto de ser tia também tem que se lhe diga!


(nova versão de "eu tenho dois amores" de Marco Paulo)
Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais
Embora as duas morenas
E ambas temperamentais


Uma drena-me a energia
Com chamadas de atenção
Ela não pede, ela exige!
Ela é um furacaaaa-a-a-ããão!


A outra é assim mais calma
Menos dada à confusão
Quer é paz e sossego
E o ipod sempre à mããã-a-ããão!
Uma joga com as palavras
E derruba preconceitos
Outra abana a cabeça
E aponta-nos os defei -eiii-tos!


Uma invade-me o espaço
sem nenhuma consideração
Outra berra-lhe que é preciso
Ter-se mais educaçããã -o!


Uma é dominadora
Vence todos pelo cansaço
A outra com um só bitáite
Mostra-lhe que é dona do seu pedaa-aaaa-ço!


Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais
Não sei viver sem elas
(Mas já não aguento maaaa-aaa-ais!)


La la la la la la la
la la la la la la la
la la la la
la la la la -a- a- a ...



Não se nota nada que eu estou a tomar conta das minhas sobrinhas poi não?!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mãe há só uma! Sou eu e mai nenhuma!

Isto de ser adulto é fodido!
Eu como uma moça despachada que sou, nem tive adolescência! Nahhhhhh! Tive "adultescência", ou seja, fui parva, burra e inconsequente aos 17 anos, quando me casei com o meu sócio e resolvi engravidar logo! Ahhhh maravilha! Toca a despachar!
Mas isto de ser mãe nova é muito giro! De momento tenho 26 anos no BI, mas graças a minha cria, já me sinto com 58! Inda hoje ele conseguiu por-me mais uns 10 anos em cima!

Pois o que hoje aconteceu, passo a relatar em versão muito light do assunto, foi mais ou menos assim:
"Ai que me roubaram, ai que me roubaram ... ( prantos) ... mãeeeeeeeee roubaram-me! (prantos) ..... tudo! mãeeeeee! tudo! ... ( prantos redobrados) .... o skate e os patins .... mãããeeeeeee ....tudo!!! (muito pranto, soluços entrecortados e interrompidos por um ou outro fungar e respectivo limpar de mucosidade que normalmente acompanha estas ocasiões).

Ainda olhei para os lados a ver se alguém se chegava à frente e resolvia aquilo, mas pela repetição insistente da palavra "mãe", que é o que sou deste anjinho que me escolheu lá no sítio onde estão as almas das crias à espera de serem distribuídas - eu, que caminhava por lá assim inadvertidamente e só de passeio quando o espertalhão me topou e docemente berrou a plenos pulmões apontando para mim: é aquela! é aquela que eu quero! é aquela mesmo a quem eu quero abençoar o resto dos seus dias com a minha tempestuosa personalidade! qué que foi ó Deus? aquela não que é fraquita? secuzmi! não é pra eu escolher? pois então estou a escolher! é aquela ou nenhuma!!! e Deus, na sua infinita sapiência e sabedor do que tinha criado, achou por bem não discutir com ele e deu-mo.
Pois como dizia e após a fracção de segundos que levei a ponderar sobre isto tudo, assumi que cabia a mim a resolução do assunto. Primeiro, urgia acalmar a fera e foi o que fiz em tom de voz histérico en pendant com a minha personalidade que já levou muitos ao engano quando a julgaram forte. Quer-se dizer, a minha até é, a da outra é que não é e era essa que estava de serviço no sábado, que foi quando isto tudo aconteceu.
Gritei-lhe então que se acalmasse e me contasse tudo. A resposta veio em catapulta, sempre com o indispensável ó mãããããããeeeeeee .... devida e correctamente inserido entre cada um dos assuntos que por serem assim muito vívidos, precisavam de qualquer coisa que servisse por um lado de separador e por outro de reeiteração, não fosse dar-se o caso de eu não estar a ver bem a dimensão do desastre! Concluímos que não havia nada a fazer e que ele ficaria de castigo (ia que sou mesmo boa nisto!), por não ter deixado as coisas arrumadas nos devidos lugares. Porque se não estivesse espalhado no pátio, os gatunos não teriam se armado em governo e não tinham ido lá gamar os bens da minha cria.

Ele por si concluiu que iria chamar pelo seu amigo D. e que iam investigar quem seria ou seriam os autores do crime! Não sei bem que é o D., sei que também tem uma PSP e a PS3. É tudo o que sei dele. Para além do género. Parece que a minha condição de mãe não me dá direitos por aí além em termos de saber o nome pelo que os amigos da criatura respondem, apelido nem pensar e telefone então, ai meu deus quisto tá tudo maluco.
Eles até falam comigo ao telefone, às vezes, quando ele quer pedir pra ir pa casa deles brincar ou então quando está bem disposto e deixa. Hoje por exemplo, disse-lhes que estava a falar comigo e mandou-lhes que me dissessem olá. E eles disseram: olá mãe! e vai ele: Olá mãe, não! Olá MINHA mãe!e vão eles: Olá TUA mãe!
(Cá pra mim aquilo é tudo doido, mas enfim).

Bom, mas continuando... depois dos miúdos lá esmiuçarem o caso, e depois de muito investigarem...
Torno a receber um telefonema! "Oh mããããeeeeeeeeee! Já encontrei! Já encontrei! Tava arrumado debaixo da minha cama! Beijinhos!"
....
....
Fiquei a saber onde se arrumam os skates e os patins!

E é isto! Anda uma mãe a sofrer durante 9 meses pra depois ser torturada pro resto da vida!

Sou tão querida!!!




Um dia direi à pessoa que amo: meu McRoyal Deluxe com cola, batata fria e molho especial. E ele irá adorar.



Porra! sou mesmo um doce de pequena!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

"Perder-se também é um caminho."
Clarice Lispector

Perdi-me completamente em ti!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Confessionario #2

Há uma coisa que tenho andado a esconder! A reprimir! Não é por mal, mas eu vou empurrando o assunto, “amanhã trato disso”, “depois logo se vê”, “agora não é uma boa altura”.
Eu não sei quantos fãs e camaradas da comunidadxi [foudasse! gosto desta palavra!] vou perder, quantos vou decepcionar, quantos vão deixar de mandar as missivas de amor que me enchem o e-mail.
Mas não posso continuar a viver nesta pressão de andar aqui a parecer o que não sou.
Desculpem-me pá, a sério. Mas cá vai:

Eu odeio o David Fonseca.

Pronto! Já disse! Já passou, já passou! Não doeu, não doeu, não doeu!










Odeio e gostava que ele morresse.

Oh. Foudasse!
Se havia alguma necessidade disto. Estou a brincar pá.
Eu não desejo a morte a ninguém excepto ao Malato. Espetava-lhe lápis afiadinhos naquele umbigo (previamente preparado com um esticador).

What is love?



"(...)O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso - Elogio ao amor




Elogio ao amor - by Debora Maria


O amor é uma cena a dois! 
É como o tango!


[foudasse! sou mesmo uma lamechas!]

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Alex Kidd e o castelo encantado


Não gosto de perder. Sou estupidamente competitiva e tenho a mania que tenho de ser a maior. Sempre que se afloram defeitos e dou de caras com os meus erros, imperfeições e outras coisas menos cândidas, espumo um bocadinho pelos cantos da boca e tremo de nervos, dando ares de epiléptica. Pronto, estou a exagerar. Mas fico enervada e tenho vontade de me bater.
Como tenho um pedacinho de amor-próprio, consigo escapar à auto flagelação – pelo menos física, porque a mental já tem estatuto de passatempo – e canalizo essas más energias noutras pessoas.

Por exemplo, lembro-me perfeitamente: uma vez eu e o meu primo que andava sempre lá em casa estávamos a jogar Alex Kid na Master System

(esperem que agora estou a respirar como deve de ser para digerir melhor esta recordação tão emocional. É que eu e a Master System tínhamos uma relação que não era relação. Era comunhão. Já agora aproveito para dizer que o nível de coolness de um jovem pode ser estimado na base da relação de companheirismo que manteve/ mantém com Sonic ou com o Super Mario. A Lara Croft é para sapatonas e pervertidos.)

Então, estávamos a jogar em mode competition e eu estava a ganhar por um nível de avanço. E estava o Alex Kid com o seu ar extremamente macaco-maricas-garcia-bernal,

(eu se estiver bem disposta, consigo ver o Garcia bernal até num papo-seco)

comandado por mim, a tentar o tudo por tudo naquele reino.
Ora escorria-me já um fino fio de baba devido à tensão idiota da minha língua espetada contra o canto da boca, quando falha o meu jogo de polegar e pum!, acabou-se a última vida e a aventura naquele nível onde nunca tinha estado e que tanta adrenalina me estava a dar em generosas doses.
Imediatamente, tal como o Marco pontapeou a Sónia, eu pontapeei a consola, mas não me senti minimamente satisfeita e por isso comecei disparar impropérios ao meu primo “e a culpa é toda tua seu estúpido! Seu batoteiro de merda, tocaste-me no braço e eu não deu para fazer o truque das setas esquerda-direita-esquerda, seu parvalhão!! Vais comê-las!!”

Não lhe pude empregar qualquer tipo de sanção física, porque assim que se deu o pontapé do Marco na Master System já o pequeno ia longe - ele tinha a perna curta mas eu era gorda, de maneira que mais valia usar a inteligência que me é característica.

Chorei um bocadinho em silêncio mas durou pouco. Tentei almoçar tranquilamente enquanto a poeira assentava. À tarde, já estava muito mais serena, embora com um olhar doentio (eu sei porque fui ao espelho rever o discurso que preparei).

Assim que me calhou apanhei-o e disse-lhe que ele era sopinha de massa e que aquele dentes não tinham solução e que ele era adoptado... bem!!!! Quando eu lhe disse que ele era adoptado... vou vê-lo desatar num berreiro:
- Nãaaaao! Nãaao sou nada sua estúpida!!
- Priminho, és sim. Porque é que achas que a tua irmã tem muito mais fotografias, por exemplo? …Eu sei que custa muito, é difícil…quer dizer, deve ser. Os teus verdadeiros pais morreram…e os tios com pena de ti, adoptaram-te. Mas pronto, nós gostamos de ti na mesma…
(apliquei o velho truque para marejar os olhos que é não pestanejar, doa o que doer)
O pequeno, coitadinho, começou a espernear como se o tivessem a matar, desceu as escadas até à cozinha e abafou os gritos no colo da minha mãe. Contou-lhe tim-tim por tim-tim o que lhe fora dito, enquanto eu ouvia o relato no corredor e reprimia a vontade de urinar as calcinhas, tal era o medo da colher de pau que havia de assentar repetidamente no meu lombo, pernas, cu – onde calhasse.

E calhou, efectivamente, calhou e em vários sítios. Levei uma grande coça. Não me serviu de muito, porque continuo com muito mau perder, mas pronto.

Só fiquei a ganhar numa coisa, a minha tia nunca mais o mandou pra minha casa! Raio do gaiato! O meu pai levava-o pro café e a mim não, so porque ele era rapaz!... ;(
Pra castigo do meu pai, eu virei uma tasqueira e o meu primo continua aquele cebola com cara de carneiro mal morto!

Foudasse que á conta disso nunca mais suportei o gaijo!

Por uma Noite

epá hoje era mesmo isto!