sábado, 28 de agosto de 2010


É preciso saber estar sozinha. Com isto não quero dizer estar fechada dentro de quatro paredes, sem nunca ver a luz do dia. Não. É preciso estar a sós com a nossa paz interior, não esperar nada de ninguém, nem suplicar nada a ninguém. Desaparecer do mapa e da mente de muito boa gente sem dar satisfações a uma única alma. Gostar da nossa companhia e brindar a isso. Porque de outra maneira a companhia de um outro ou outros, nunca será saboreada com o mesmo fulgor. Às vezes é preciso navegar em silêncios dolorosos para perceber que o silêncio está sempre do nosso lado e dá-nos os melhores conselhos. Estender a mão à solidão e ficar por lá. Estar sentada num grupo de amigos e sentir que és uma outsider, que com nenhum deles te identificas. Às vezes é preferível perder a noção do tempo e dos outros. E apenas nos centrarmos em nós. Perder para sempre e encontrar a seguir. Não saber quem somos nem o que vamos fazer. Não fazer ideia de como nos levantar, nem como arranjar forças para cuidar de nós e dos outros que precisam da nossa força. Vaguear por aí. Sem destino algum. Sem bússola alguma. E ir ficando... Até percebermos que não foi esta a vida que escolhemos, não foi por isto que fomos criados. Mostrar a garra , ambição que nos é característica e seguir em frente na esperança de melhores dias e de melhores portos.
Sei que é preciso saber estar sozinha. Sei que sempre que me refugio das pessoas e do Mundo volto mil vezes mais forte para enfrentar o que me surgir pela frente. Mas não me peçam indiferença, não peçam que me magoe e finja que não estou quando efectivamente sabem que sim. Porque perdoar é fácil, esquecer é que nem por isso!

Sem comentários:

Enviar um comentário

gente doida