segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Biografia


As pessoas que conhecem um pouco de mim, fazem sempre o mesmo comentário, "a tua vida dava um livro!", o que é engraçado, é que sempre lhes respondo, "a minha vida é um livro aberto!". Cliché! Pois... eu sei. Mas a realidade é que isso é mentira! Não sou mais que um livro fechado.

Nasci com um problema de coração, o meu coração é anormal, é maior do que devia. E no entanto é tão duro e pequeno por dentro.
A minha vida calejou-o e encolheu-o!

Casei-me com 17 anos. Ele era o amor da minha vida e eu ia fazer as bodas de ouro ainda nova, e com direito a rave na recepção das bodas e tudo! 

Passados 2 meses de casada, engravidei! (sou assim! gosto muito de despachar serviço, e tal e coiso!). 
Aos 18 já era mãe! Mas aos 18 ainda não sabia que o meu marido se tornaria um alcoólico com dupla personalidade! 

Isso veio aos 19 anos, quando fui vitima de violência domestica e a pessoa com quem me tinha casado e com quem tinha tido um filho, tentou matar-me. Não me matou fisicamente, e então suicidou-se! 
Eu tirei a corda do pescoço do homem que um dia amei e confiei a minha vida, do homem com quem tive um filho, do homem que me matou o 2º filho a pontapé quando ele ainda nem tinha 2 meses na minha barriga. 
Ele não me matou o corpo.
Mas enterrou-me a alma! E com ela foi o meu coração e o sentimento de confiança e fé.

Consegui ressuscitar! Não tive outro remédio! Ou endurecia-me e levantava a cabeça, ou tornava-me numa lamechas deprimida e frustrada. E sejamos sinceros, eu não tenho jeito nenhum pra isso! 
Então endureci-me! Renasci, refiz-me e criei um sorriso! Criei o que sou hoje.

Disseram-me, "não me deixas entrar na tua vida!".
Pois... eu não sei como é que isso se faz! Não consegui formatar essa parte!
Não sei amar nem sei ser amada! Não fui feita pra isto!

Pra ti J., não sei lês o meu blog aí no inferno, mas quero deixar-te feliz com a seguinte novidade:
enquanto me passavas a faca pelo pescoço, enfurecido porque tinha te pedido o divorcio, disseste-me, 
"Não és minha, não és de mais ninguém!"
pois olha... conseguiste! 
Mataste-me o coração e levaste-o contigo.


3 comentários:

  1. Puro Acasoagosto 10, 2010

    Por vezes temos de trazer os nossos fantasmas à "vida", para os "matar" de uma vez por todas...

    ResponderEliminar
  2. e o que fazer quando descobrimos que tudo aquilo que nos atormenta, nao morreu com a morte de quem nos foi matando, por dentro, devagarinho...

    ResponderEliminar
  3. Puro Acasoagosto 11, 2010

    Erguemos a cabeça e seguimos com a confiança de que tudo é possivel ultrapassar... Tu vais ser capaz!

    ResponderEliminar

gente doida