quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Se eu podia acordar bem disposta?! poder até podia! ...mas não era a mesma coisa!






O acordar como eu gostaria que fosse:
Acordo super bem-disposta.
Espreguiço-me demoradamente e salto da cama num pulinho, grito Good Morning Sunshine ao mundo e encaminho-me alegremente para o meu duche matinal reconfortante.
Depois disso, sumo de laranja natural e torradas com manteiga.
Lavar os dentes, última olhadela ao espelho, pisco-me o olho satisfeita e saio de casa.


O acordar, como ele é (visto os dois dígitos do meu despertador serem quase sempre um 0 e um 7):


Acordo sempre com mau feitio do pior, despenteada e ramelosa.
Rogo pragas ao despertador, repito asneiras feias, lamento a triste sorte que me arranca dos meus lençóis a horas indecentes.
Adio o despertador cinco minutos… quatro vezes.
Agarro-me a Vodka (minha gata) e viro-me pró lado.
Tento sempre inventar uma desculpa para poder chegar atrasada.
O grilo falante que eu não sabia existir dentro de mim, raramente deixa. Arrasto-me até ao gelo que é a minha casa-de-banho, a tropeçar em tudo.

Penso sempre não consigo tomar banho com este frio, tomo antes logo à noite. Mas mesmo assim, acabo quase sempre por tomar de manhã.

Visto-me rapidamente, sempre a pensar que tudo me fica mal.
Deixo o quarto num estado caótico, ele é toalha de banho, calçado, roupa, pijama, jornais, cama por fazer, tudo em todo o lado.
Atiro tudo para dentro da mala, sem olhar, artigos do expresso, canetas, agenda, telemóveis.

Olho para o relógio e penso Merd@! Já não tenho tempo para tomar o pequeno-almoço. Quase nunca tenho!

Olho para o espelho e penso Não posso sair com esta cara de junkie à rua!.. Mas também acabo sempre por sair (depois de descobrir sempre uma nova imperfeição facial, ao espelho, na qual nunca tinha reparado) porque não tenho outro remédio.
E é assim que saio à rua cheia de frio, cheia de fome, cheia de sono, cheia de pressa, cheia de má vontade, cheia de desejo de aplicar golpes de judo em qualquer pessoa bem-disposta que cruze o meu caminho. (Sim, alguém tem de as pagar!)

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